terça-feira, dezembro 20, 2005
Contínuo/a Precisa-se
É impressão minha, ou para se ser auxiliar de acção educativa (vulgo, contínuo) é preciso ter jeito para gritar e ter um nome esquisito? Pois é, dá-me a sensação de que isto é uma realidade que passa ao lado de muita gente, mas isto há que ser observado. Qualquer pessoa que vá a uma escola é passível de ser atendida por alguém com um nome, no mínimo, diferente dos outros. Só para dar um exemplo, os/as funcionários/as da minha antiga escola tinham nomes que iam desde Gabriela até Hortênsia, passando por Timóteo, Isilda e mais não sei quê. Até a contínua mais nova - por ser mais nova ainda podia ser que tivesse um nome comum - se chamava Eulália.
É mais que suficiente para descobrir a verdade por detrás das entrevistas para contínuo...
Entrevista nº 1
ENTREVISTADOR - Ora portanto... vem-se candidatar ao lugar de auxiliar de acção educativa, não é verdade?
CANDIDATA - É verdade.
E - Ora então diga-me lá o seu nome, por favor.
C - Sara.
E (desiludido) - Fffff... Sara... Ó Sara, sabe que isto...
C - ...
E - Isto de ser auxiliar de... tem muito que se lhe diga... Sabe que vai ter de limpar?...
C - Sim, sim...
E - ...chãos, paredes, tectos, janelas... cortinas... e...
C - Tanta coisa? Bem, está bem... Não tem problema.
E - E sabe que vai ter de aturar miúdos mal comportados?...
C - Sim, quer dizer...
E - ...que às vezes até chegam a fazer gestos escabrosos e a insultar?
C - Assim tanto? Bem, mas eu conto com o Conselho Executivo da escola para castigar quando tiver de castigar...
E - Sabe que... o Conselho Executivo anda muito ocupado... E além disso, o orçamento... Não há muita verba, compreende? E daí que o seu salário...
C - ?
E - Pois, não espere nada por aí além...
C - Bem... Não pensei que fosse assim tão difícil...
E - Pois, se calhar... Não sei, o McDonald's aí em frente tem sempre falta de pessoal...
C - Ah?...
E - Pode ser que... Pense lá nisso.
Entrevista nº 2
ENTREVISTADOR - Ora portanto... vem-se candidatar ao lugar de auxiliar de acção educativa, não é verdade?
CANDIDATA - Aa... Não, eu queria ser contínua.
E - Hum, pois, exacto. Ora diga-me lá o seu nome, por favor.
C - Hermengilda.
E (entusiasmado) - Oooh!... Está contratada. Pode começar amanhã.
NR
É mais que suficiente para descobrir a verdade por detrás das entrevistas para contínuo...
Entrevista nº 1
ENTREVISTADOR - Ora portanto... vem-se candidatar ao lugar de auxiliar de acção educativa, não é verdade?
CANDIDATA - É verdade.
E - Ora então diga-me lá o seu nome, por favor.
C - Sara.
E (desiludido) - Fffff... Sara... Ó Sara, sabe que isto...
C - ...
E - Isto de ser auxiliar de... tem muito que se lhe diga... Sabe que vai ter de limpar?...
C - Sim, sim...
E - ...chãos, paredes, tectos, janelas... cortinas... e...
C - Tanta coisa? Bem, está bem... Não tem problema.
E - E sabe que vai ter de aturar miúdos mal comportados?...
C - Sim, quer dizer...
E - ...que às vezes até chegam a fazer gestos escabrosos e a insultar?
C - Assim tanto? Bem, mas eu conto com o Conselho Executivo da escola para castigar quando tiver de castigar...
E - Sabe que... o Conselho Executivo anda muito ocupado... E além disso, o orçamento... Não há muita verba, compreende? E daí que o seu salário...
C - ?
E - Pois, não espere nada por aí além...
C - Bem... Não pensei que fosse assim tão difícil...
E - Pois, se calhar... Não sei, o McDonald's aí em frente tem sempre falta de pessoal...
C - Ah?...
E - Pode ser que... Pense lá nisso.
Entrevista nº 2
ENTREVISTADOR - Ora portanto... vem-se candidatar ao lugar de auxiliar de acção educativa, não é verdade?
CANDIDATA - Aa... Não, eu queria ser contínua.
E - Hum, pois, exacto. Ora diga-me lá o seu nome, por favor.
C - Hermengilda.
E (entusiasmado) - Oooh!... Está contratada. Pode começar amanhã.
NR