DaUndo

Há já algum tempo para cá que a publicidade se tornou maioritariamente estúpida. Eu que o diga: quando era mais novo, gostava de ligar a televisão só para visualizar uma boa série de reclames engraçados. Hoje em dia, esse - outrora divertido - passatempo é impraticável.

Estou em crer que tudo isto se deve, em grande parte, à invasão de anúncios de clubes de telemóveis. Porém, a parvoíce na publicidade atinge todos os sectores. O que se passará? Os novos publicitários estão com falta de criatividade? Tiraram o curso por correspondência? Serão pessoas normais?

Foi para realmente compreender se as pessoas atingem a verdadeira dimensão deste problema que decidi criar a minha própria lista dos mais estúpidos e verificar se os leitores acompanham o meu ponto de vista. Este top não inclui, obviamente, os já referidos anúncios de telemóveis, caso contrário teríamos umas boas centenas de primeiros lugares ex aequo.

6º lugar - Bolachas Cuétara com Oleosan
Como já vem sendo habitual, a Cuétara presenteia-nos com uma versão dobrada do seu reclame espanhol, o que dá azo a falas estúpidas como esta:

Senhor 1 - São óptimas e boas para o nosso colesterol!
Senhor 2 - Ah sim, porquê?
Senhor 1 - Pois... Não sei. Li isso por aí.

Obviamente uma tradução literal do espanhol "Pues... No sé." Ninguém (ou quase ninguém) em Portugal responde com "Pois" a um "Porquê?".
Mas para agravar a estupidez, ainda há a idiotice dos óleos e das bactérias e dos fermentos e não sei quê. Qualquer anúncio que mencione um bicho qualquer que - supostamente - ajuda as nossas defesas, ou mantém o equilíbrio é, por pré-definição, estúpido.

5º lugar - Cartão American Express
Quem deu confiança a estes gajos para tratarem os consumidores por "tu"?! "Tu também sonhas, tu também queres", então mas...! É isto e os anúncios da El Pozo. Lá porque nas línguas deles correm tudo e todos a "tu", acham que podem vir para os países que têm sentido de respeito impingir a falta de educação lá deles. É muito estúpido.

4º lugar - Opel Corsa (?)
Um carro a surfar?...

Saiba quem ocupa o pódio dos mais estúpidos na parte 2 deste post, brevemente!
NR

É engraçado ver as diversas funções dos óculos. Há quem diga que os óculos só servem para ver melhor. Obviamente que as pessoas que dizem isso não estão sóbrias, ou não pensam, porque repare-se na seguinte situação:
Indivíduo 1 - Ouve lá, hoje vi a tua mulher a almoçar com um tipo qualquer...
Indivíduo 2 -(tira os óculos) É o quê?

Cá está, ao permitir uma melhor visão, os óculos retiram uma parte da audição.
Mas não é só neste caso que se verifica uma ligação entre os olhos e os ouvidos, vejamos agora esta situação...
Indivíduo 1 - (sussurro) Epá, já não há pistachios...
Indivíduo 2 - (semicerra os olhos) É o quê? Não ouvi muito bem...

Outro momento claro da larga ligação entre a audição e a visão. Bom, por fim um último exemplo, para quem ainda tem dúvidas:
Indivíduo 1 - (troça) Tens cabeça de alfinete...!
Indivíduo 2 - (esbugalha os olhos) Nem te estou a ouvir!
FB

A sangrenta guerra entre os vários super e hipermercados de Porugal adensa-se e torna-se cada vez mais grave. E, pior, a ONU não se pronuncia sobre o assunto, e não há ninguém que faça alguma coisa para travar este flagelo. Nem os "bonzinhos" dos voluntários das organizações de caridade e ajuda a refugiados se atrevem a pôr o pé no meio do campo de batalha. E depois as vítimas de guerra acabam por ser os pobres dos consumidores, sem amparo nem abrigo.

Começou por ser uma estratégia desesperada do Pingo Doce para recuperar clientes. Sendo o mais caro daquela altura, o Pingo teve de reconhecer esse facto e, além disso, reconhecer que a generalidade da população tinha o Minipreço como o "padrão dos preços baixos". Então a solução foi baixar os preços e compará-los aos do Minipreço, mostrando que estavam iguais ou até mais baixos. Foi a primeira vez que um supermercado mencionou outro directamente.

Entretanto, a estas ferozes batalhas junta-se o Intermarché que, ao ver tanta descida de preços, decide também iniciar uma nova campanha, sob a égide de um inteligente slogan que é "Preços que falam por si". O que dá pano para mangas para grandes reclames televisivos, como se pode verificar presentemente.

Bem, no fim de contas feitas, os preços baixaram tanto que, efectivamente, segundo um estudo de mercado de 2005, provou-se que as cadeias comerciais mais baratas eram o Minipreço e o Pingo Doce. Ora, o que é que sucede... Sendo relegado para o "clube" dos mais baixos, quem fica em primeiro lugar é o grupo Sonae - Modelo e Continente.

E o que é que faz o Modelo? Pega inteligentemente no seu próprio nome, e afirma-se como sendo o "modelo" pelo qual os outros hipermercados se regem para baixar os preços. Infelizmente, esta campanha tem um senão... Pode bem ser interpretado como um "modelo de preços altos", pelo qual os outros hipermercados se guiam para manter os seus preços sempre abaixo dos do Modelo... De maneira que aquele anúncio do simpático gerente a anunciar os preços do Modelo para os "senhores dos outros hipermercados" tomarem nota, acaba por virar o feitiço contra o feiticeiro. Do género:

- Hum... Os preços do Modelo continuam altos em geral, mas há ali uns iogurtes que custam tanto como no nosso supermercado. Vamos ter de baixar o preço dos nossos para 1 cêntimo...
NR

Este é um dos assuntos que tem abalado a actualidade ocidental, como se sabe. Exactamente, falo das más traduções, que, cada vez mais, se encontram em cada filme que se compa e/ou se aluga. É sem dúvida um problema que unidos, todos nós devemos combater. Isto porque ao fim de tanto tempo começa-me a indignar!

E perguntam-me os leitores, "Ah, então mas do que é que estás a falar?", e eu respondo, "Já disse que estou a falar de traduções!".

Mas sendo mais preciso, vejamos alguns exemplos de más traduções, e vou-me concentrar apenas em títulos: O filme Hooligans, com Elijah Woods, foi traduzido por Rebeldes de Bairro. Hmmm...portanto Adpetos de Futebol Arruaceiros, seria um bom título alternativo, deixo aqui um apelo. Depois há aquele que é Life of David Gale, que traduzido deu Inocente ou Culpado?. Para este nem vou dar a tradução correcta, é demasiado óbvio. E isto repete-se várias vezes, e depois começa a ser chato. Caraças, pá!
FB

Novamente na revista Visão encontrei a seguinte frase proferida por José Cid:"Não nos podemos esquecer qu eu e mais meia dúzia de artistas portugueses somos de nível mundial."...
Ora, quando li esta frase e tendo conhecimento da fotografia deste mesmo senhor que circula por toda a Internet, devo admitir que o que pensei foi que essa fotografia chegou bem longe, isto porque não vejo outro motivo para ele ser de nível mundial.
FB

Hoje, que se completam 5 anos desde aquele dia em que as Torres Gémeas cairam, achei que era meu dever pronunciar-me sobre a efeméride e reflectir um pouco sobre tudo aquilo que a nova ameaça terrorista causou.

Diz que "Depois do 11 de Setembro de 2001, o mundo nunca mais foi nem será o mesmo". E eu concordo. Mas não acho que as piores consequências do terrorismo tenham sido coisas do género... ódio... guerra... Não. Isso já havia dantes.

A maior e mais grave consequência dos ataques terroristas foi o facto de uma pessoa já não conseguir distinguir bem um muçulmano de um terrorista. Aliás, pior que isso: não conseguir distinguir um senhor de grandes barbas de um terrorista. Não podemos deixar de sentir algum receio ao avistar um mouro no metro. Ou um senhor de turbante, que até pode ser indiano, no autocarro. Ou até um inofensivo mendigo, de barba por fazer, no centro da cidade. E com certeza que uma data de gente deixou de viajar por avião.

Os únicos que lucram com isto tudo são, sem dúvida, os oftalmologistas.

- Doutor, vejo um terrorista em cada esquina. Terei alguma coisa no olho?
- Deixe cá ver.

NR